Contexto do Projecto:

As características muito próprias do projecto “As Portas da Percepção” fazem-no atravessar vários dos vectores de actividade da MARIONET. O que muito nos agrada. Da mesma forma que no conhecimento não há compartimentos estanques, como se verifica actualmente, por exemplo, no esbater das fronteiras entre áreas científicas ou na utilização cada vez mais frequente, também nas artes, dos termos interdisciplinar, multidisciplinar ou transdisciplinar, também na estruturação da nossa actividade há uma permeabilidade natural nas regiões fronteira, onde os conteúdos, as formas e os métodos se tocam. Por isso “As Portas da Percepção” enquadra-se, de forma arrojada, na região fronteira da nossa actividade onde procuramos abrir caminhos para o futuro.

Na génese desta co-produção entre a MARIONET e o Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV) está uma das nossas criações de 2006: LED – viagem ao interior num computador. Como o nome indicia, naquela produção enfrentámos o desafio de fazer em palco uma viagem pelo interior de um computador, acompanhando nessa odisseia um electrão. Esse desafio foi inspiração para uma criação transdisciplinar em que o ambiente criado no palco, resultado da união criteriosa de construções sonoras catalizadoras de imagens sintetizadas por computador, da iluminação, da personificação de componentes electrónicos, e da criação de um texto original, resultou num trabalho inovador e surpreendente.

Esta criação potenciou o encontro de interesses artísticos entre a MARIONET e o TAGV, que tem agora por resultado este projecto – As Portas da Percepção – a partir dos livros iluminados de William Blake.

A ideia para este projecto sobre textos de Blake partiu do director do TAGV, Manuel Portela, professor do Grupo de Estudos Anglo-Americanos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, tradutor de várias obras daquele autor, e em particular, no que interessa a este projecto, dos seus livros iluminados, cuja singularidade no tocante ao conteúdo poético e à multiplicidade de processos de construção os tornam frutos sugestivos e apetecíveis para a construção de um espectáculo transdisciplinar.


Identificação da Equipa:

Discussão e Ideias Alexandre, Anabela Fernandes, Laetítia Morais, Manuel Portela, Mário Montenegro, Nuno Fareleira, Pedro Andrade, Rui Capitão, Rui Simão e Tanya Ruivo

Ideia, tradução e selecção de textos e imagens Manuel Portela
Direcção artística Mário Montenegro
Assistência de direcção e produção executiva Alexandre
Intérpretes Anabela Fernandes, Mário Montenegro, Nuno Fareleira e Tanya Ruivo

Espaço cenográfico, figurinos e d
esign Pedro Andrade
Sonoplastia Rui Capitão
Vídeo Laetítia Morais
Iluminação e Direcção Técnica Rui Simão
Programador de sensores Rui Monteiro
Registo fotográfico Francisca Moreira
Assistência de Produção Joana Figueiredo

Projecto financiado pela
DG Artes (Direcção Geral as Artes) / MC (Ministério da Cultura)

Apoios
British Council, MAFIA – federação cultural de Coimbra, F. Letras da U. C., Ilídio Design., Diário de Coimbra, RUC, República Rosa Luxemburgo